RACISMO NO BRASIL É HEREDITÁRIO
Médica é acusada de racismo contra paciente: 'Disse que mulheres pretas
têm mais probabilidade de ter cheiro forte nas partes íntimas'
Denúncia de racismo aconteceu durante uma consulta médica, no Rio de
Janeiro. A ginecologista virou ré e está respondendo à Justiça.
Por Fantástico
11/06/2023 22h54 Atualizado há
13 horas
Consulta em ginecologista vai parar na justiça
Consulta em ginecologista vai parar na justiça
O Fantástico revela uma denúncia de racismo durante uma consulta
médica, no Rio de Janeiro. Uma ginecologista disse à paciente, uma jovem de 19
anos, que a maioria das mulheres negras tem cheiro forte nas partes íntimas.
Uma afirmação preconceituosa e equivocada. A médica virou ré e está respondendo
à Justiça.
No início do ano passado, Luana levou a afilhada, de 19 anos, negra, em
sua ginecologista de confiança pra colocação de um DIU. A médica é Helena
Malzac, atende na Zona Sul do Rio de Janeiro e a consulta era particular.
A jovem não quis aparecer porque ainda sofre com o que aconteceu. ”Ela
disse que mulheres pretas têm mais probabilidade de ter um cheiro forte nas
partes íntimas. De início eu me senti vulnerável, fiquei no meu canto”, conta a
jovem.
"Na consulta comecei a ouvir que as pessoas negras tinham odores
diferentes e aí veio meio um estranhamento. Comecei a gravar essa conversa
porque, a partir desse estranhamento, eu entendi que não se tratava de uma informação
útil para aquele momento”, relata Luana.
A gravação da conversa
Médica Helena Malzac: Muito forte, aqui, oh. Quando você sua, o cheiro
piora. É a mesma coisa do sovaco. É o mesmo cheiro, é um cheiro forte, mas é
por causa da cor e do pelo. Você vai ser a vida inteira assim, então, você tem
que se preocupar com isso, tá?
Luana: Mas quando você fala da cor e do pelo, você tá dizendo que isso
só acontece em pessoas negras?
Médica Helena Malzac: É, é muito comum. Não é 90%, mas a gente coloca
uns 70%.
Luana: Então, tipo, tem a ver com melanina?
Médica Helena Malzac: Tem a ver com a melanina também.
Melanina é o pigmento que dá cor à pele, aos pelos e aos olhos. Na pele
negra, a quantidade de melanina é maior.
"Quando a médica saiu falei: 'você percebeu o que aconteceu?'
Aquele argumento que a médica nos deu foi algo racista e eu preciso que você
tenha noção disso", conta Luana.
Caso na Justiça
Luana e a afilhada foram à delegacia e registraram um Boletim de Ocorrência.
O Ministério Público denunciou a doutora Helena pelo crime de racismo, porque,
além da jovem, a médica se referiu ao conjunto de mulheres negras. A
ginecologista agora é ré.
Depois dessa consulta, a menina nunca mais conseguiu voltar a um consultório
de ginecologia.
“Eu tenho receio de me consultar com outras ginecologistas, porque tem
a possibilidade de acontecer novamente. Esse medo permanece em mim”, reforça a
jovem.
O Fantástico teve acesso aos áudios da primeira audiência com o juiz,
que aconteceu no fim do mês passado. Neles, a médica confirma o que disse no
consultório. Veja todos os detalhes na reportagem em vídeo acima.
O que diz a médica
O Fantástico tentou falar com a médica Helena Malzac. Deixamos nossos
contatos. Também procuramos advogados da ginecologista. Mas ninguém nos deu
retorno.
Em defesa prévia apresentada à Justiça em janeiro, o advogado da médica
afirmou que "em nenhum momento, durante o procedimento médico, ocorreu a
vontade de discriminar a suposta vítima”. Relatou também que "o objetivo
do comentário da ré foi estrito e visando exclusivamente tratar o mau cheiro
com forte odor na região das virilhas".
O advogado disse também que a médica "sugeriu depilar os pelos
pubianos, o que nada tem a ver com discriminação." E que a mãe da doutora
Helena " é filha de norte americano negro casado com a sua avó de
nacionalidade portuguesa, ariana com olhos na cor azul. Neste ponto, - continua
o advogado – “mais uma vez, se comprova a ausência de dolo, porquanto a ré é
filha e neta de negros e, inclusive, por tal razão pode ser considerada da raça
negra."
Comentário:
A primeira opção de tratamento recomendado inclui: Metronidazol 250mg,
2 comprimidos VO, 2x/dia, por 7 dias OU Metronidazol gel vaginal 100mg/g, um
aplicador cheio via vaginal, à noite ao deitar-se, por 5 dias. A segunda opção
é Clindamicina 300mg, VO, 2x/dia, por 7 dias(2).8 de abr. de 2022 ou um comprimido
dose única (antibiótico).
Ernani Serra
Esse é o melhor remédio para acabar com o mal cheiro vaginal, podendo
repetir depois de seis meses.
Ernani Serra
A médica não foi racista com a cor da pele, ela foi omissa com relação
a cor e não passou a medicação correta para eliminar o mal cheiro.
Ernani Serra
Pensamento: Tire o seu racismo do caminho, que eu quero passar com a
minha cor.
Georges Najjar Jr
Nenhum comentário:
Postar um comentário